Às vezes a vida escreve, por linhas tortas, caminhos certos, e foi assim que esta história começou. Eu morava em Indaiatuba com a minha família, lá eu conheci quem se tornaria a minha nova família, o meu marido. Apesar do começo do texto poético, não foi assim que nossa história iniciou-se.
Aos 15 anos engravidei do meu primeiro filho, Bruno, na época por conta da minha idade e também por ele não ser tão mais velho, apenas 2 anos de diferença, foi muito complicado lidar com aquela situação. Apesar do meu marido, antes namorado, em uma conversa com meu pai prometer que cuidaria de mim e do nosso filho, ele mudou de cidade ignorando a gravidez.
Porém, no dia do nascimento do nosso filho, ele voltou fazendo uma festa no hospital como se nunca tivesse ido embora. Queria que nós três nos mudássemos para a Bahia, para tentar uma nova vida lá, na cidade na qual ele era apaixonado. Sem a aprovação da minha família, fui embora sem olhar para trás, com o sentimento que precisava pelo menos tentar fazer a nossa vida juntos dar certo.
Sozinhos em um outro estado, sem ajuda de familiares, começamos a batalhar para conseguir ganhar dinheiro e construir nossa nova vida. Cheguei a fazer de tudo, lavar roupas para fora, vender bolo na praia com meu filho pequeno no colo mas apesar do sacrifício, muitas vezes não tínhamos o que comermos.
Decidimos abrir uma pousada na praia, construímos ela do zero, tijolo por tijolo. Por um tempo foi nosso ganha pão, melhorando nossa qualidade de vida. Mas recebemos uma que mudou o rumo de nossas história. Nela dizia que se meu marido começasse a cursar uma faculdade, ele teria direito a uma pensão por conta da morte de seu pai.
Voltamos para São Paulo e nossa vida começou a se encaminhar, tivemos mais uma filha e hoje, graças a todo nosso esforço e dedicação, estamos juntos a 23 anos.
Cintia Souza Barbosa
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